quarta-feira, 16 de abril de 2014

Uma puta passa, magra, os ossos expostos, ela se abaixa para pegar um resto de cigarro, julgo ter visto errado, ela acha outro só pra provar que não - que vi muito bem e a miséria é muita. Bonita a noite hoje, sinto que cada uma pesa e refresca diferente e a paisagem de uma janela que não é minha deixa as coisas mais belas, casas velhas com tiras de tinta faltando, lascas arrancadas pelo tempo, rugas de história na expressão desses prédios. Busco o cantil com a mão. Essas coisas me fazem querer beber. Conhaque, minha bebida da vez e provavelmente de uma vez por todas. Não encontro. Acho que eu já sabia. Talvez não. Talvez nem mexi. Fiz não, sei que não. Não com ela ali sentada no chão resolvendo alguma coisa.