segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Tossiu, rindo. Como uma boca se explode em um sorriso quando o tenta segurar, fumaça lhe sai por entre os dentes amarelados de tanto fumo. Tinha disso, de rir assim quando algo brincava com alguma coisa dentro de sua mente. Ironias em sua maioria. Associadas à desgraças, obviamente. Vivia calado com respostas simples e objetivas quando a palavra lhe era dirigida. Guardava muito para si, não como se fosse egoísta, só não há lugar pra se falar, ou momento, ou definição, coisas que simplesmente são ou que em sua cabeça encontram um significado que não precisa de embrulho. Que sorriso lindo e amargo. Sua forma, é claro, ignorando o conteúdo podre, bonita forma que rejuvenesce sua face por um mero instante semelhante ao iluminar do rosto infante ao descobrir que ganhará doces. Ah, mas o modo como se fecha depois... Aperta-se o peito só de imaginar. Secura de boca que se repuxa pra dentro. Idiota que percebe-se alvo da piada logo que ri. Nuvens negras que se reúnem ocultando o sol. Espera encolhida de trovão tão visto o relâmpago. Toma teu rumo que ninguém mais sabe. Tadinho.