terça-feira, 27 de janeiro de 2015

É o clássico da fúria. Quis ser vento, brisa quando mais velho, levar folhas e buscar notícias. Brando e sereno, de dar raiva e inspirar paciência. Mas não. Não balancei chuvas, não entrelacei árvores. Os sorrisos trazidos não compensam os levados. De ajudar a todos, não salvei nem a mim. Arrastar-se feito em milongas. Mais fui empurrado que carreguei. Hoje não. Quis ser o deus. Quis ser diabo. Quis o mundo inteiro explodindo. Ilusões que convencem. Rodei, rodopiei, tornado que passa rasteira em si, tufão que se joga contra as paredes, baques que não têm nada de surdo, gritados, estourados, sangrados. Virei furacão. Durei a noite e dois dias. Vali meio tostão furado e um coração. Pra mais ou pra menos. Nasci pra ser valete, fui curinga.