terça-feira, 15 de setembro de 2015
Pinga, pinga, pinga. Um gotejar constante, num ritmo agradável. O soro balança o tempo todo, parece querer refletir algo mas só trespassa o verde apagado do teto. As paredes brancas são confortáveis. Quero uma camisa de força e um quarto acolchoado. Os canos coloridos em verde, amarelo e cinza são toda vida que essa sala precisa. Combinam com meu moletom, amarelo na blusa e verde na calça; se por acaso meu rosto estiver cinza, faremos um par perfeito. A agulha parece dar pontadas mesmo parada e o gelado que desce até a veia chega a fazer cócegas. As últimas gotas não parecem últimas, seguem o mesmo ritmo. O conteúdo vai terminando, descendo lentamente. Parece morte de tanta certeza e vagarosidade. E para bem antes, obviamente. A moça vem, pergunta como estou e me indica a saída.
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