segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Finalmente. Depois de quatro aniversários teus neste lugar. Venho dar-te parabéns por quem tu eras e foste até o fim. A música que tocou em teu sepultamento ressoa em minha cabeça. A banda é ótima, fui descobrir mais velho; ou era, por ter dado seu último álbum, show, fôlego. Antes fosse tu de loucura também.

Queria sentar contigo hoje, contar-te da virgindade que se foi, dos vícios que chegaram, das pessoas que morreram por (falta de) minhas mãos, de tudo que precisei matar, das loucuras, das cervejas boas, das cachaças ruins, do gosto adquirido ou descoberto por conhaque - amargo igual a vida.

Queria dividir o palco contigo e um cigarro backstage, marcar uma jam session pra logo em seguida. Apresentar um som que arrepia, tirar uma dúvida de gramática com teu pai que insistia em ensinar tudo com citações de poetas ótimos - cantados ou falados - e eu via tanta graça pra mais tarde encontrar tais passagens em leituras e audições, e maravilhado reconhecer.

Se escrevo bem, devo a forma a teu pai e a essência a ti. Fui lapidado posteriormente, é claro, mas a base estava lá pra permitir um crescimento forte. Se nem abala-se na leitura - calma que não demora um texto pra te gelar. Mas isso já é conteúdo pra outro teatro...