quinta-feira, 27 de outubro de 2016
Preciso. Meu corpo precisa deitar, minha mente escorregar pra longe, na última noite babei no travesseiro; ia tudo tão bem, quando me dei essa rasteira pra voltar a essa vida? Meu estômago ronca de vazio e coisa mal digerida ao mesmo tempo, o dinheiro extra que fiz semana passada parece que nunca existiu, as garrafas se esvaziaram e nem vi. Tenho coisas, quero coisas, adoro fogo. Eu preciso disso aqui. Tudo mais é dispensável, eu me dispenso se tiver como escrever. As teclas são uma maravilha e o barulho é uma sinfonia própria da tempestade de minha alma. Mas pode ser caneta, lápis, giz, pedra no asfalto, sangue na parede; qualquer coisa que me deixe escrever. Se fico sem, me contorço, as palavras correm em minha cabeça, minha mão treme a despeito da minha precisão motora, a loucura é tão deliciosa. A solidão não me bate, é apenas um espelho. O silêncio da madrugada é o meu abismo pessoal. Pra jogar pedras, ouvir o eco ou me jogar. Em algumas noites eu me apaixono pela lua. Amo o caos. Se eu parecer muito aleatório, só estou me alimentando de desordem. mas Preciso me controlar senão me consumo sem ver o mundo queimar.