Ah... Endurecer, endurecer, endurecer, travar a mandíbula fechando o coração, essa é a forma de sobreviver. O corpo teso, a alma dura. Os dentes que me abocanhavam nem babam mais, perdido meu gosto nesse temor. Minhas mãos não tremem. O batimento silencioso. Quando este teto cairá sobre minha cabeça? O silêncio não me mata. O suave escorrer da areia na ampulheta rasga meu peito mais que todas essas facas. Cada segundo parado minha mente é dilacerada. Pra quê, ou melhor, como se preocupar com a morte se a loucura é um perigo tão maior? Tão mais próximo, tão íntimo...
Nas chamas