Não há memórias limpas dentro deste peito sujo
em lama, sangue e cinzas
tantas memórias espalhadas, empilhadas em poeira
intocadas pelo tempo
intocáveis pela dor
O cão uiva pra lua e a lua não uiva de volta
A lua cheia queima a minha pele, ando a esmo porque preciso andar
As ruínas em minha mente que não se reconstroem de volta
Nem em esforço, nem em fúria
Os destroços estão lá e pronto.
A embriaguez é muito feia. Não resta nada senão lançar-me na loucura
que é um grande rio gélido
A tortura de ser torto a andar torto em passos tortos por essas ruas tortas com suas casas tortas
todos os disfarces cedem frente às necessidades primitivas
a insanidade se vê forçada à lógica, o desespero arrasta para a insensatez
uma brincadeira de equilíbrio que só acaba quando se cai
o acúmulo das páginas em branco de todas as palavras sufocadas antes da boca ou dos dedos
tantas memórias espelhadas nesses meus olhos presos em ampulheta
não vejo mais as coisas vivas, tudo que observo me revela seu fenecer
desmanchando-se em cores de areia e tonalidades de melancolia
terça-feira, 17 de setembro de 2019
sexta-feira, 13 de setembro de 2019
Meu coração violento contra a jaula do meu peito
mas isso não é novidade
A liberdade é somente a troca por uma prisão maior
A vida é somente a ilusão de valer a pena
Já devo ter me repetido, no dançar das palavras
no emaranhado de ideias, na sensação de oceanos
forçando satisfação num abuso próprio
em pensamentos virulentos
Envileci, temo.
Antes de velho, sou vilão.
Minha raiva do mundo condensada numa fúria de coleira
Isso não deveria ser possível de tão absurdo
Nascerá a ira da gentileza, uma explosão colérica do ser contra si
Que o mundo trema como meus punhos cerrados, nada tremerá
Não tenho como me despir além do nu
meus dedos que escorrem pelo meu corpo
às vezes desejam que minha pele se solte
meus dentes não cravam com força em minha carne
não quero ter que regenerar tanto
perversão em forma de ideias
um sorriso sombrio que surge dos ossos ao rosto
uma nuvem nefasta projeta sua sombra em minha mente
em arrepio, um frio como espinho, agudo e invasivo
engraçado como já pedi para que não tivessem medo e talvez eu tenha
a água leva o que nocivamente me corrompe
tira de mim a minha própria morte
mesmo que temporariamente
mesmo que só para adormecer e fingir esquecer
mas isso não é novidade
A liberdade é somente a troca por uma prisão maior
A vida é somente a ilusão de valer a pena
Já devo ter me repetido, no dançar das palavras
no emaranhado de ideias, na sensação de oceanos
forçando satisfação num abuso próprio
em pensamentos virulentos
Envileci, temo.
Antes de velho, sou vilão.
Minha raiva do mundo condensada numa fúria de coleira
Isso não deveria ser possível de tão absurdo
Nascerá a ira da gentileza, uma explosão colérica do ser contra si
Que o mundo trema como meus punhos cerrados, nada tremerá
Não tenho como me despir além do nu
meus dedos que escorrem pelo meu corpo
às vezes desejam que minha pele se solte
meus dentes não cravam com força em minha carne
não quero ter que regenerar tanto
perversão em forma de ideias
um sorriso sombrio que surge dos ossos ao rosto
uma nuvem nefasta projeta sua sombra em minha mente
em arrepio, um frio como espinho, agudo e invasivo
engraçado como já pedi para que não tivessem medo e talvez eu tenha
a água leva o que nocivamente me corrompe
tira de mim a minha própria morte
mesmo que temporariamente
mesmo que só para adormecer e fingir esquecer
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